Radiofármacos produzidos

  • Glicocer (Fludesoxiglicose 18 F)

    O radiofármaco fludesoxiglicose (18 F), registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pelo InsCer em outubro de 2017 com nome comercial GLICOCER (MS N.º.9961.0001), é produzido no Instituto regularmente, sendo o marcador para PET/CT mais utilizado no Brasil e no mundo. As apresentações disponíveis são:

    • Glicocer: 370 MBq (10 mCi) de fludesoxiglicose (18 F)
    • Glicocer: 740 MBq (20 mCi) de fludesoxiglicose (18 F)
    • Glicocer: 1.110 MBq (30 mCi) de fludesoxiglicose (18 F)
    • Glicocer: 1.480 MBq (40 mCi) de fludesoxiglicose (18 F)
    • Glicocer: 1.850 MBq (50 mCi) de fludesoxiglicose (18 F)
    • Glicocer: 2.220 MBq (60 mCi) de fludesoxiglicose (18 F)
    • Glicocer: 2.590 MBq (70 mCi) de fludesoxiglicose (18 F)
    • Glicocer: 2.960 MBq (80 mCi) de fludesoxiglicose (18 F)
    • Glicocer: 3.330 MBq (90 mCi) de fludesoxiglicose (18 F)
    • Glicocer: 3.700 MBq (100 mCi) de fludesoxiglicose (18 F)
    • Glicocer: 4.070 MBq (110 mCi) de fludesoxiglicose (18 F)

    Este radiofármaco é um análogo da glicose, no qual o grupo hidroxil do carbono 2 é substituído pelo isótopo radioativo do flúor, o 18 F. A molécula atravessa a membrana das células utilizando os transportadores de glicoce GLUT, subtipo GLUT-1, que são os mesmos utilizados pela molécula de glicose não radioativa. Apesar de auxiliar na visualização do transportador mais importante (GLUT-1), o fludesoxiglicose (18 F) não é tão seletivo ao ponto de diferenciar as células onde os transportadores GLUT-3 ou GLUT-4 possam estar envolvidos. Uma vez no interior da célula, a molécula é fosforilada pela enzima hexoquinase, sendo convertida à [18F]FDG-6-fosfato. Entretanto, esse metabólito não é reconhecido como substrato para a próxima enzima da cadeia, e não pode seguir na via glicolítica, acumulando-se no interior da célula, permanecendo retido na mesma. Desta forma, é possível a aquisição de uma imagem funcional, mostrando a distribuição de glicose no organismo.

     

    UTILIZAÇÃO
    O radiofármaco tem grande utilidade clínica, principalmente na oncologia, em função da característica biológica dos tumores. Sabe-se que as células cancerígenas têm um aumento da glicólise em relação ao metabolismo oxidativo (até 30 vezes maior que células saudáveis). Quando comparado com células normais, a alta captação do radiofármaco pelas células cancerígenas fornece uma importante evidência do grau de malignidade e agressividade biológica do tumor.


    Os menores tumores que este produto consegue detectar têm em torno de 2-6 mm, dependendo da sensibilidade da máquina de PET/CT utilizada – PET/CT é uma sigla em inglês que significa “tomografia por emissão de pósitrons/tomografia computadorizada. Desta forma, em alguns casos é possível localizar o tecido tumoral mesmo antes que o mesmo possa ser visualizado em outras técnicas de imagem, como a tomografia computadorizada.


    Porém, nem todos os tumores apresentam uma taxa de consumo de glicose anormal, e existem tecidos, como o cérebro, que consomem muita glicose naturalmente, tornando limitada a utilização do fludesoxiglicose (18 F) para diferenciar o tecido normal do câncer. Por isso, o InsCer trabalha para atender a necessidade de se desenvolver radiofármacos mais específicos para cada alvo, tornando cada produto completamente diferente do outro.

  • PSMA-1007 (18 F)

    O antígeno de membrana específico da próstata (PSMA), quando marcado com o radioisótopo 18-F, pode ser utilizado para o diagnóstico de câncer de próstata primário e metastático com alta especificidade. Comparado com outros radiofármacos utilizados há mais tempo para esta finalidade, o PSMA se mostrou mais sensível e específico, mesmo quando o indivíduo apresenta níveis de PSA inferiores a 0,5 ng/mL.

    UTILIZAÇÃO
    O PET/CT com PSMA é imprescindível para a definição da conduta a ser utilizada nos pacientes que apresentam câncer de próstata, proporcionando uma investigação mais completa e eficaz do tumor, principalmente, nos casos de recidiva bioquímica, que é quando o paciente já foi tratado previamente, mas volta a apresentar aumento do PSA (antígeno específico de próstata).


    A técnica consegue localizar os focos de metástase, auxiliando o médico na decisão da conduta terapêutica mais adequada. Muitas vezes os pacientes apresentam aumento de PSA, entretanto, nenhuma lesão consegue ser identificada através de técnicas de imagem como ressonância magnética, por exemplo.

  • 18F-Florbetabeno

    Além do FDG e do PSMA, utilizados para diagnóstico de diferentes tipos de cânceres, o InsCer também fabrica, de forma pioneira no Brasil, o radiofármaco Florbetabeno (FBB), cuja função é auxiliar no diagnóstico diferencial da Doença de Alzheimer.  

     

    Após a síntese do Pittsburg compound B (PiB), pesquisadores de diversas partes do mundo viram a necessidade de desenvolver um marcador utilizando o radiosiótopo 18F, que tem meia-vida física muito superior ao carbono-11 e, portanto, permite a produção e distribuição em larga escala.
    Uma das moléculas desenvolvidas, foi o 18F-Florbetabeno, que assim como o 11C-PiB, apresenta alta afinidade e especificidade com as placas beta-amilóide, presentes em paciente com Doença de Alzheimer. Portanto, o radiofármaaco possibilita a diferenciação dessa doença com outros tipos de demência, uma vez que a deposição do peptídeo beta-amilóide é considerada um dos eventos iniciais na Doença de Alzheimer.


    A formação dessas placas acontece muito antes do aparecimento de sintomas cognitivos e levam à progressão gradual da doença. A identificação correta representa um grande progresso no entendimento e no tratamento desta doença.

    Saiba mais sobre a fabricação do Florbetabeno.