28 de Outubro de 2020

Webinar apresenta resultados dos grupos da força-tarefa contra a Covid-19

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O webinar Força-tarefa para combate, prevenção e contingenciamento do coronavírus: avanços e perspectivas apresentou os principais resultados dos grupos de trabalho que compõem a força-tarefa e perspectivas futuras em cada um deles.

O evento, feito de forma online, iniciou com uma fala do diretor do Instituto do Cérebro do RS, Dr. Jaderson Costa da Costa, relembrando o início do ano e a construção da força-tarefa com profissionais de diversas áreas de atuação. O primeiro grupo, Inteligência e Dados, representado pelo professor Régis Lahm, da Escola de Humanidades, apresentou o trabalho desenvolvido. O grupo tinha dois objetivos: desenvolver uma plataforma de autodiagnóstico de Covid-19 e aplicar inteligência geoespacial e artificial em healthanalytics. Para a primeira finalidade, foi criada a plataforma InCare, em parceria com a DBServer, empresa sediada no Tecnopuc. Quanto ao que foi alcançado, eles indicaram potencial positivo na sua adoção no Pipeline de ciência de dados, análise preditiva e visualização de dados geoespaciais.

Em seguida, representando dois grupos, a professora Franciéli Rozales, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, comentou o trabalho das equipes. O segundo grupo desenvolveu o trabalho em Molecular Experimental, com o objetivo de proporcionar um diagnóstico molecular rápido do novo coronavírus para apoiar as decisões médicas, especificamente do Hospital São Lucas da PUCRS. A equipe, como desfecho, teve a validação e credenciamento junto ao Laboratório Central de Saúde Pública do RS – LACEN, e conseguiu fazer atendimentos a grandes empresas, publicação de artigos científicos e produzir uma metodologia de diagnóstico que passou a compor o portfólio de serviços oferecidos pelo InsCer.

O terceiro grupo ficou com o Diagnóstico, tendo o propósito de desenvolver uma metodologia inovadora para testagem molecular em larga escala de indivíduos sintomáticos e assintomáticos, com foco na eficiência e confiabilidade dos testes moleculares, considerando redução de custos e agilidade na emissão dos resultados. Alguns dos resultados alcançados foram a integração entre Escola de Ciências da Saúde e da Vida, InsCer e Hospital São Lucas da PUCRS, com destaque para o rápido diagnóstico molecular de Sars-CoV-2 de pacientes internados, em até 12h, e o fluxo de testagem dos colaboradores com suspeita de Covid-19 em até 24h.

Os próximos grupos foram apresentados por Flávia Fiorin, representante da Superintendência de Inovação e Desenvolvimento do Tecnopuc e Inovapuc. A equipe do Labs Tecnopuc tinha o propósito de apoiar iniciativas com a finalidade de combater a pandemia por meio da produção de escudos faciais e apoio ao desenvolvimento de projetos e produtos, e conseguiu, como resultado, ao longo de aproximadamente seis meses de operação integrada, registrar mais de 190 demandas distribuídas em escudos faciais, apoio ao desenvolvimento de projetos e produtos. A equipe do Ecossistema de startups teve a finalidade de dar visibilidade a iniciativas empreendidas por startups e demais organizações integrantes do ecossistema de inovação da PUCRS com o propósito de conectar oportunidade e ampliar impactos das ações, de forma relacionada ao contexto da pandemia. De março a setembro de 2020 foram registradas cerca de 20 ações promovidas pelas startups do Tecnopuc diretamente relacionadas aos efeitos da pandemia, além de iniciativas voltadas à saúde física e mental, ao atendimento da comunidade e/ou infraestrutura física e digital de suporte ao atendimento.

Na sequência, a vice-diretora do InsCer, Dra. Magda Lahorgue Nunes, comentou sobre o grupo Sono e o grupo Saúde Mental. O estudo de base populacional do grupo Sono foi feita através de plataforma online e a avaliação de sono através de questionários validados para língua portuguesa. Os respondentes foram divididos em adultos, crianças de 0-3 anos e crianças de 4-12 anos. Em torno de 55% dos adultos estavam com alterações significativas na qualidade do sono na sétima semana da quarentena, em crianças de 0-3 anos o número chegou em torno de 50% e, em crianças de 4-12 anos foram cerca de 30% das respostas. Segundo a professora, esses são percentuais de alterações bem significativos. Na parte de impressão subjetiva da pesquisa, em que a pessoa deve explicar em uma palavra ou frase curta o que tinha levado o sono a perder a qualidade, os adultos responderam, na maioria, ansiedade e preocupação e, nas duas faixas etárias das crianças, o fato de estarem dormindo tarde e de terem a sua rotina alterada. O grupo Saúde Mental, que tem a coordenação do Dr. Rodrigo Grassi, também foi apresentado pela vice-diretora do InsCer. A pesquisa, que ainda está em aberto, já chegou a 18 mil respondentes de todo o Brasil. Em 58% das respostas, o que mais gerou estresse foi o distanciamento social, seguido de questões de saúde, com 49,9% e questões econômicas, com 48,6%. Em torno de 9% dos respondentes iniciaram o uso de tranquilizantes na quarentena e 22,9% relataram a vontade de morrer, considerando desde o pensamento sem plano até a tentativa de suicídio.

A relatora do grupo Cérebro e Covid e do grupo Saúde e Inteligência Artificial, Nathália Esper, engenheira de computação e doutoranda no InsCer, falou em seguida. O grupo Cérebro e Covid tinha como escopo a investigação de potenciais anormalidade cerebrais no âmbito de função cerebral, estrutura e molecular. Trazendo informações parciais, pois a pesquisa está em andamento, o grupo fechou parceria de pesquisa com o Hospital Conceição, fazendo com que o projeto agora esteja em andamento tanto no Hospital Conceição como no Hospital São Lucas da PUCRS. A pretensão é avaliar 100 pacientes sendo que, até o momento, 47 pacientes internados em UTI concordaram em participar e dois já foram reavaliados após três meses do início dos sintomas. A perspectiva para o futuro é acompanhar os pacientes internados na UTI e analisar as possíveis alterações na estrutura cerebral. A equipe Saúde e Inteligência Artificial, coordenada pelo professor Bruno Hochhegger, tem como objetivo estimar a quantidade de leitos para tratamento de pacientes com síndrome respiratória aguda, a partir da evolução da doença. Alguns dos resultados parciais apresentados pela relatora foram a parceria de pesquisa com o Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa – RJ e dois artigos publicados. Para o futuro, a perspectiva é de implementação do sistema de anonimização automática de textos, identificação de padrões em imagens de tomografia de tórax, comparação de alterações de imagem de tomografia de tórax entre pacientes positivos para COVID-19 e pacientes negativos para COVID-19.

O último representante foi Matheus Grahl, biomédico e aluno de doutorado, com os grupos In sílico e Terapia Celular. O primeiro tinha como finalidade, a partir da necessidade de novos fármacos e tendo em vista que se leva muito tempo e investimento, a avaliação do reposicionamento de fármacos aprovados pelo food and drug administration (FDA) e disponíveis no Sistema Único de Saúde Brasileiro (SUS). As perspectivas da equipe são de testar os fármacos em cultura de células (in vitro). Por fim, o grupo Terapia Celular, tem o propósito de viabilizar a utilização de vesículas extracelulares derivadas de células-tronco mesenquimais (VEs-CTM) como alternativa terapêutica para o tratamento da Covid-19, bem como consolidar um biobanco permanente de VEs-CTM e desenvolver uma plataforma de ensaios in vitro para análise de diferentes aspectos da infecção por SARS-CoV-2. Entre os resultados alcançados pelo grupo, foram destacados a criação de biobanco permanente de VEs para utilização em pesquisas experimentais e clínicas e ampla distribuição no país e a utilização de VEs-CTMs como alternativa terapêutica para o tratamento da Covid-19 e investigação in vitro dos mecanismos fisiopatológicos da Covid-19.