Estudo sobre avaliação e seguimento de recém-nascidos com infecção congênita pelo Zika Vírus
Data de início: 09/2016
Data de término: 09/2019
Fonte de captação de recursos: FINEP (convenio 01.16.0047.00)
Coordenadores:Prof. Dr. Jaderson Costa da Costa e Profa. Dra. Magda Lahorgue Nunes
Pesquisadores participantes do InsCer:Profa. Dra. Mirna Wetters Portuguez, Prof. Dr. Ricardo Bernardi Soder, Profa. Dra. Dra. Danielle Irigoyen da Costa; Dra. Graciane Radaelli, Dra. Luciana Azambuja, Dr. Felipe Kalil Neto; Nathalia Alves Mathias (mestrado), Nathalia Bianchini Esper (doutorado)
Pesquisadores Maceió: Dr. Fernando Tenório Gameleira e Dr. Rodrigo Bomfim
Pesquisador exterior:Alexandre Franco PhD – Nathan S. Kline Institute for Psychiatric Research- USA
Resumo
Este projeto teve como objetivo realizar acompanhamento de uma coorte de crianças brasileiras com microcefalia que foram infectadas congenitamente pelo vírus Zika (ZikV), com o objetivo de através do uso de técnicas avançadas de ressonância magnética, video-polissonografia e espectroscopia infravermelha, descrever de forma aprofundada as lesões detectadas e sua relação com a função neural, contribuindo para uma melhor elucidação da patogênese da doença e para a determinação de fatores de risco/marcadores precoces de prognóstico neurológico. Dada a natureza sem precedentes da epidemia brasileira de 2015, o projeto InsCer foi um estudo exploratório que incluiu uma ampla gama de medidas que abrangem as funções comportamental, cognitiva, linguagem e motora, bem como o desenvolvimento do cérebro (EEG, fMRI, dMRI, dMRI, sMRI, FNIRS).
O estudo começou em agosto de 2017 e terminou em setembro de 2019, coletando dados de 47 crianças (idade entre 13 e 35 meses) com microcefalia congênita da cidade de Maceió (no nordeste brasileiro e uma das regiões do país mais afetadas pelo vírus). Os pacientes foram avaliados em Porto Alegre (n=30) e Maceió (n= 17). Resultados preliminares mostram anormalidades na morfologia do cérebro, redução de habilidades cognitivas e epilepsias refratárias. É importante ressaltar que foi observada uma ampla gama de variações interindividuais (por exemplo, grau de microcefalia e alterações do desenvolvimento cortical, comprometimento cognitivo; tipo e gravidade da epilpesia). As variáveis em estudo foram relacionadas com a idade gestacional no momento da exposição ao vírus, sendo observado que quanto mais precoce a infecção, alterações mais graves foram encontradas na neuroimagem, no EEG/polissonografia e na expressão clínica da epilepsia. Um novo estudo tendo como objetivo acompanhar essas crianças três anos após suas avaliações iniciais, ou seja, estabelecer uma coorte longitudinal de crianças infectadas congenitamente no surto do vírus Zika, com o objetivo de recolher os marcadores neurais e comportamentais associados à gravidade da doença no desenvolvimento a partir dos dados longitudinais, já está em fase de submissão para agências financiadoras.