Orientações pediátricas sobre a Síndrome de Morte Súbita do Lactente
Coordenadora:Prof. Dra Magda Lahorgue Nunes
Pesquisador responsável:Janaina S. Martins de Souza
A SMSL é definida como “a morte súbita e inesperada” de uma criança saudável durante o sono, cuja causa permanece inexplicada mesmo após a revisão da história clínica e uma minuciosa investigação do caso, incluindo autópsia completa e análise da cena do óbito (KROUS et al., 2004).
O coeficiente das mortes infantis por SMSL continua sendo um indicador das condições de saúde pública da população. Embora ações já tenham sido desenvolvidas para o sono seguro do recém-nascido e prevenção da SMSL, a literatura aponta que é necessário agir na educação permanente dos profissionais da área da saúde, bem como reforçar as orientações em consultas do pré-natal e puericultura, uma vez que através da educação continuada e da prevenção dos riscos estes óbitos podem ser reduzidos.
Após a campanha “Dormir de Barriga para Cima é Mais Seguro”, realizada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), foi conduzido um estudo para avaliar o impacto da campanha e a adesão dos pediatras quanto à mudança de atitudes sobre as novas recomendações referentes à posição de sono seguro dos lactentes. Participaram do estudo 1654 pediatras, onde foi verificado que 84,7% conhecem a recomendação quanto ao posicionamento do sono do recém-nascido pela SBP e reconhecem parcialmente os fatores de risco para a SMSL. Destes médicos, 77,1% modificaram as orientações acerca da posição de sono do recém-nascido, sendo que antes da campanha, 67,5% dos mesmos orientavam a posição lateral como sendo a posição correta para o sono dos bebês, 23,1% recomendavam a posição dorsal e 9,3% a posição prona. Após a campanha, o estudo apontou que 76,2% dos pediatras modificaram as orientações para a posição dorsal de sono dos recém-nascidos, 10,4% estão orientando a posição lateral e 12,8% a posição prona (MAESTRI e NUNES, 2016).
Diante disso, sabe-se que as mudanças de prática são difíceis de serem alteradas na maioria dos profissionais da área da saúde e inclusive na população. Portanto, este estudo se propõe a identificar se os pais estão recebendo as orientações sobre as práticas de sono seguro e as orientações sobre prevenção da SMSL na consulta de puericultura com o pediatra e, se, posteriormente, seguem praticando as orientações recebidas.
O estudo tem como objetivo verificar se os pais de crianças com idade entre 0-12 meses recebem orientações sobre hábitos de sono seguro e medidas de prevenção da síndrome de morte súbita em lactente em consultas pediátricas de puericultura. Adicionalmente queremos avaliar o conhecimento dos pais de crianças de 0-12 meses sobre os hábitos de sono seguro e as medidas de prevenção da síndrome de morte súbita em lactente; identificar quais são as orientações recebidas pelos pais em consultas pediátricas quanto aos hábitos de sono seguro e fatores de risco para a síndrome de morte súbita no lactente; verificar se os pais colocam em prática as orientações que recebem dos pediatras quanto aos hábitos de sono seguro e prevenção de SMSL.
A população alvo da pesquisa são pais de lactentes de 0-12 meses de idade que nasceram em todas as regiões do Brasil.
A participação na pesquisa é feita através de questionário disponibilizado através do Software Qualtrics® (www.qualtrics.com), ao acessar o link da pesquisa https://pucrs.qualtrics.com/jfe/form/SV_eFNK9zJTxfFvjsF o respondente entra diretamente no termo de consentimento livre e esclarecido, onde concorda em participar da pesquisa. Este passo é obrigatório para ter aceso ao questionário. Também é possível participar da pesquisa acessando o link através do instagram “sono.seguro”.
Referências:
KROUS, H. F. et al. Sudden infant death syndrome and unclassified sudden infant deaths: a definitional and diagnostic approach. Pediatrics, v. 114, n. 1, p. 234-238, 2004. ISSN 0031-4005.
MAESTRI, R. N.; NUNES, M. L. The uptake of safe infant sleep practices by Brazilian pediatricians: a nationwide cross-sectional survey. Sleep medicine, v. 20, p. 123-128, 2016. ISSN 1389-9457.