Medicina Nuclear do InsCer recebe residentes de todo o país
O departamento de Medicina Nuclear do Instituto do Cérebro do RS tem recebido a atenção de residentes de todo o país que procuram um serviço de referência para fazerem imersões, como é o caso do Dr. Gabriel Alvarenga Beckmann, residente em Medicina Nuclear no IMEB – Imagens Médicas de Brasília (DF). Ele conheceu a coordenadora de Medicina Nuclear do InsCer, Dra. Cristina Matushita, em um congresso organizado pela mesma, o que possibilitou este contato para passar duas semanas no Instituto do Cérebro explorando o universo dos exames PET/CT oncológico e neurológico. “Existem poucos locais no país que trabalham com PET/CT F18-PSMA, por isso quis vir aqui ver de perto como funcionam estes novos radiotraçadores que o InsCer produz e aplica nos pacientes”, afirma Gabriel. Além do especialista, o serviço já recebeu residentes da Unicamp de Campinas; da Dimen de Campinas; e do AC Camargo de São Paulo.
A repercussão do Serviço de Medicina Nuclear do Inscer se deve, também, ao pioneirismo da instituição na produção e aplicação de radiofármacos na população. O Centro de Produção de Radiofármacos, instalado no andar térreo do InsCer, é responsável por produzir os medicamentos radioativos que são aplicados nos pacientes que fazem seus exames de imagem no segundo andar. Denominada de pesquisa translacional, todo o processo ocorre no mesmo local, dando ao InsCer a expertise completa para desenvolver cada uma das fases.
“Somos uma das únicas instituições do país que produz o radiofármaco na sua própria indústria, e possui um serviço de imagem onde se aplica no paciente e faz as imagens. Além dos que já fazemos, temos ainda uma equipe altamente qualificada que trabalha para desenvolver outros produtos para propiciar um diagnóstico mais preciso a outras doenças oncológicas e neurológicas que assolam a população”, afirma Louise Hartmann, coordenadora do Centro de Produção de Radiofármacos do InsCer.
O primeiro radiofármaco produzido no InsCer, o 18F-FDG, é extensamente utilizado na prática clínica, principalmente para pacientes que estão fazendo diagnóstico de câncer ou que estão monitorando o tratamento dessa doença.
Depois, foram iniciadas as pesquisas com outros radiofármacos, sendo uma delas a pesquisa dos Superidosos, utilizando o 11C-PIB em humanos, que marca as placas beta-amiloides presentes na Doença de Alzheimer e que serve para o melhor diagnóstico desta enfermidade.
Em 2019, o 198F-PSMA 1007, indicado no estadiamento e reestadiamento de pacientes com diagnóstico de câncer de próstata, foi utilizado em humanos pela primeira vez no Brasil também no Instituto do Cérebro por meio de um estudo clínico junto a empresa R2/IBF. Como o Flúor-18 (F18) tem uma meia-vida mais longa, foi possível produzi-lo e utilizá-lo em outros centros da região sul do país.
Por fim, no início deste ano, o Centro de Produção de Radiofármacos do InsCer passou a produzir o Neuraceq, cujo objetivo também é o de marcar as placas beta-amilóides presentes na Doença de Alzheimer. A diferença entre esse radiofármaco e o 11C-PIB é que o Neuraceq tem uma meia-vida muito maior, de 110 minutos, o que, assim como o 18F-PSMA, permite a distribuição a outros centros do país.
“Todas essas iniciativas, junto a uma equipe multidisciplinar referência na área, fez com que o InsCer se projetasse nacionalmente, atraindo residentes de todo o país, com interesse em ampliar seus conhecimentos e conhecer esses diferentes radiofármacos aqui produzidos de forma pioneira”, afirma Dra. Matushita.
O InsCer, por ser parte da Pontifica Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e possuir em seu DNA o espírito de cooperação e compartilhamento de conhecimentos, está de portas abertas para novos residentes interessados em acompanhar o Serviço de Medicina Nuclear, tutorados pelos nossos médicos nucleares, a Dra. Cristina Matushita e o Dr. Diego Pianta.