03 de Julho de 2020

Levantamento no Brasil observa queda na realização de exames de imagem

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Três meses após o início da pandemia, pacientes ainda resistem em voltar a fazer exames de imagem. Este é um dos resultados de um levantamento feito pelo serviço de Medicina Nuclear do Instituto do Cérebro do RS. Eles analisaram cerca de cem clínicas de exames de imagem em todo o Brasil e constataram que no primeiro mês da pandemia, em março, a queda nos serviços de medicina nuclear foi de 80%.

“A área cardíaca foi a mais afetada porque é a que responde pela maioria dos exames de medicina nuclear convencional (os que não são PET/CT)”, afirma Diego Pianta, médico nuclear do Instituto do Cérebro e um dos autores da pesquisa junto a Dra. Cristina Matushita, coordenadora do serviço de Medicina Nuclear da Instituição e diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear.
A área da medicina nuclear abrange os exames de cintilografias (miocárdica, óssea, cerebral, pulmonar, renais, tireoide…), tratamentos de doenças de tireoide, tratamento de câncer de próstata e PET/CT oncológico, neurológico e cardiológico.

No terceiro mês da pandemia, em junho, houve uma redução na curva acentuada de queda, mas ainda assim se verificou que pelo menos 50% de todos os serviços da área diminuíram. “Alguns tiveram até que fechar suas portas”, observa Pianta.

Entre os insumos necessários para a realização dos exames, também foi observada uma queda inicial na disponibilidade de iodo-131, gálio-67, gerador e kit de radiofármacos, tendo se estabilizado nesse último mês, exceto pelo iodo-131 e FDG, que ainda estão escassos, especialmente no nordeste do país.
O reflexo desses números preocupa os médicos especializados, uma vez que expõe a falta de continuidade de muitos pacientes em seus tratamentos.

“Deixar para fazer depois os exames pode ser crucial no sentido de perder o tempo certo de corrigir uma isquemia miocárdica, por exemplo, antes que o paciente infarte, ou mesmo de fazer o controle de um câncer. Quanto mais cedo se descobre a piora de um quadro, maiores são as chances de recuperação”, conclui Pianta.