19 de Julho de 2019

Fóssil passa por uma tomografia no Instituto do Cérebro

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Um fóssil de 220 milhões de anos passou por uma tomografia computadorizada no Instituto do Cérebro do RS na manhã do dia 17 de julho. A peça, de cerca de 44cm, é o crânio de um Proterochampsa nodosa, um primo distante do crocodilo e do dinossauro que devia medir ao todo cerca de 2,30 metros.

O fóssil faz parte do acervo do Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS desde a década de 70 e foi retirado para que o estudante de doutorado Daniel de Simão Oliveira desenvolvesse seu estudo. “A tomografia nos permite ver a estrutura do fóssil por dentro, sendo possível avaliar os dentes, a mandíbula e a caixa craniana”, explica Daniel. Ele estuda no programa de pós-graduação em Biodiversidade Animal do Centro de Ciências Naturais e Exatas da Universidade Federal de Santa Maria, e vai trabalhar em colaboração com a PUCRS, que cedeu o material para estudo. Marco Brandalise, professor da Escola de Ciências da PUCRS e responsável pela Coleção de Fósseis do MCT, é quem intermedia as duas instituições para o andamento do projeto de pesquisa de Daniel.

A espécie foi encontrada na cidade de Candelária, interior do Rio Grande do Sul, mas esse grupo de répteis pré-históricos existia também na Argentina, portanto é um tipo de animal latino-americano. Durante o Triássico, época em que os crocodilos ainda eram terrestres, o Proterochampsa e seus parentes eram os principais predadores aquáticos, dominando os rios e lagos. O fóssil do Proterochampsa vai ser um dos focos do doutorando de Daniel, que pretende comparar as características da espécie atual com a antiga, além de redescrever o animal para apresentar um conjunto mais completo sobre o fóssil e inclusive definir o nome correto, já que posteriormente foi renomeado como Barberenachampsa. “Vai fazer parte do projeto de doutorado de Daniel até mesmo se certificar qual o nome correto a ser mantido para esta espécie”, afirma Brandalise.

Para encontrar essas e outras respostas, Daniel vai dedicar os próximos quatro anos na conclusão do doutorado que recém iniciou.