25 de Setembro de 2019

Biohub aproxima startups da área da saúde

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Em julho, a PUCRS inaugura um centro de inovação, em parceria com a Grow+, voltado especificamente para a saúde e as ciências da vida, tendo a inovação e o empreendedorismo como motivação para a criação de startups nessas áreas. É o BioHub, projeto que reúne o Tecnopuc, o InsCer/RS, o Hospital São Lucas (HSL) e as Escolas da Universidade.

O BioHub envolve um conjunto de ações com o objetivo de promover a inovação, conectando talentos e conhecimentos para gerar negócios inovadores em ciências da vida. Uma série de projetos será desdobrada para este fim. Um deles é a criação do Healthplus Innovation Center, espaço de coworking de startups de saúde com capacidade para 120 pessoas, instalado no sexto andar do prédio 99 do Campus e gerenciado em parceria com a Grow+, aceleradora de negócios gaúcha com atuação nacional e foco na saúde.

BANCADA E MERCADO
Outra iniciativa é a criação da disciplina Tecnologia, Inovação e Informática Aplicada à Saúde, na Escola de Medicina. A novidade na mudança do currículo está prevista ainda para 2019. Entre seus objetivos está levar aos alunos conceitos relacionados à área de ambientes de inovação e seu papel no desenvolvimento econômico e social e geração de startups e spin off acadêmicos.

A Universidade conta com mais de 70 laboratórios e mais de 100 grupos de pesquisa envolvidos com os temas de saúde e ciências da vida, com potencial de transformar o conhecimento gerado em negócios, no contexto de pesquisas translacionais. “Estamos realizando um levantamento para ver quantos projetos estão prontos e podem ser levados da bancada para o mercado e quais serviços de apoio serão oferecidos para transformá-los em negócios”, explica Carlos Klein, consultor de inovação do Hospital São Lucas.

O superintendente de Inovação e Desenvolvimento, Jorge Audy, observa que a PUCRS tem potencial para gerar pelo menos metade das startups previstas na intenção estratégica do Tecnopuc de criar mil negócios inovadores em dez anos. “Há muitos alunos, professores, pesquisadores e agentes de inovação criando bons projetos, mas que precisam desenvolver sua capacidade de empreender e trazer as soluções para o mercado”, analisa.

Para formatar e implementar as ideias, os empreendedores terão acesso ao CriaLab (Laboratório de Criatividade), UsaLab (Laboratório de Usabilidade na Área Hospitalar) e FabLab (Laboratório de Desenvolvimento de Protótipos, credenciado na rede do MIT), instalados no Tecnopuc.

Na prática, todos os laboratórios da Universidade, os centros de pesquisa, o Hospital São Lucas e o InsCer serão um grande living lab de testes e experimentos do que será desenvolvido no BioHub.

HSL e InsCer prontos para experimentos
Existe um movimento global entre as instituições de saúde no sentido de promover uma jornada digital de inovação. Os avanços da tecnologia estão transformando o setor, tanto no que diz respeito aos pacientes e aos profissionais da área quanto à gestão. O futuro aponta para uma medicina cada vez mais personalizada e de precisão.

No BioHub, os produtos e instrumentos desenvolvidos pelas startups precisarão ser validados. O HSL e o InsCer/RS serão laboratórios vivos para implementá-los. Este cenário torna o ecossistema do Tecnopuc extremamente atrativo para empresas desenvolvedoras na área da saúde. Será oferecida uma estrutura completa de ponta a ponta, do nascimento da ideia à validação final do produto.

Bruno Hochhegger, coordenador do Centro de Imagem do InsCer e do HSL, destaca ainda a importância do BioHub para os alunos da área da saúde terem um campo de atuação em empreendedorismo. “É uma vertente que cada vez mais cresce no mundo inteiro pela visão da transformação digital”, observa. O InsCer, segundo ele, será um cenário de aplicação das inovações científicas e também de desenvolvimento de negócios. “É o que os norte-americanos chamam de spin-offs. Teremos uma relação mais estreita com a indústria e o mercado.”

Cenário em transformação
A área da saúde é um dos segmentos de negócios com o menor índice de digitalização. Em todos os países, passa por uma transformação digital importante. Há três públicos insatisfeitos: os usuários acham que pagam muito; os profissionais que ganham pouco, e os hospitais que acumulam prejuízos. “Somente é possível resolver este problema de mercado se ele mudar completamente com inovação e digitalização”, afirma Carlos Klein. O consultor do HSL destaca a necessidade de eliminar processos repetidos dentro de hospitais, por exemplo, revendo a relação com as operadoras de saúde e com os clientes, e investindo mais em processos baseados em inteligência e não apenas em decisões humanas.