10 de Janeiro de 2020

“O que acontece no cérebro para reconhecermos uns aos outros?”

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Lucas Aschidamini Marcondes, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica da PUCRS, orientado pela Prof.ª Drª. Jociane de Carvalho Myskiw, pesquisadora do Instituto do Cérebro do RS, teve um artigo publicado na revista internacional Neurobiology of Learning and Memory. O estudo foi coordenado pela Prof.ª Drª. Cristiane Regina Guerino Furini, com auxílio dos colaboradores do Centro de Memória do InsCer.

A habilidade de reconhecer outros indivíduos é uma característica básica de espécies sociáveis, como nós, humanos, e também dos roedores. Esta habilidade depende da memória de reconhecimento social, e é fundamental para o estabelecimento de relações sociais, para a organização em sociedade e, desta forma, para a sobrevivência.

A fim de se formar uma memória de reconhecimento social, as informações são processadas por diversas regiões do cérebro, dentre elas o córtex pré-frontal. Esta região está envolvida em muitas funções, como atenção, planejamento e também na memória. Sabe-se que o córtex pré-frontal desempenha um papel importante nas interações sociais, e alterações nesta região se associam a doenças como a esquizofrenia e os transtornos do espectro do autismo, que cursam com prejuízo do funcionamento social.

O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório responsável pela comunicação entre os neurônios no sistema nervoso central. No entanto, pouco se sabe sobre a participação desta molécula e de seus receptores no córtex pré-frontal para a consolidação da memória de reconhecimento social.

O estudo de Lucas Aschidamini Marcondes e colaboradores investigou se os receptores de glutamato NMDA e AMPA/cainato do córtex pré-frontal medial de ratos são necessários para a consolidação da memória de reconhecimento social. Os pesquisadores descobriram que ambos os receptores são necessários durante a consolidação inicial da memória, mas que, três horas após o aprendizado, apenas os receptores AMPA/cainato são requeridos. Os resultados da pesquisa lançam luz sobre os mecanismos moleculares envolvidos na memória de reconhecimento social e podem ajudar no entendimento de doenças neuropsiquiátricas que se caracterizam pela disfunção das interações sociais.

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