Dia Mundial do Cérebro: data destaca a importância da saúde global do órgão
Realizado pela primeira vez em 2014, o Dia Mundial do Cérebro foi uma iniciativa criada para abordar e defender temas relacionados à saúde desse órgão. A data foi escolhida em alusão ao aniversário de fundação da Federação Mundial de Neurologia, que foi organizada oficialmente em 22 de julho de 1957.
Neste ano, o Dia Mundial do Cérebro tem como tema “Saúde do Cérebro para Todos”, que objetiva tratar dos constantes desafios que encontramos: pandemia, guerras e mudanças climáticas, por exemplo. A campanha traz cinco importantes pilares: conscientização, prevenção, advocacia, educação e acesso.
Como forma de marcar a data, o Instituto do Cérebro (InsCer) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) conversou com dois estudantes que fazem parte da Liga Acadêmica do Cérebro da PUCRS e com o diretor da instituição, o neurologista Jaderson Costa da Costa, para contar o que lhes fascina nesse órgão.
Na opinião do médico, a habilidade do cérebro de se autocurar é uma das características marcantes do órgão:
“A capacidade do cérebro de se reinventar e de se autocorrigir é uma das coisas mais fantásticas. Uma das propriedades singulares da espécie humana, porque isso nos torna mais humano. Essa capacidade toda que vai além da percepção da sensação, do olhar, do sentir, mas é um conjunto de coisas que te permite manter vivo e construir uma vida”.
Eduardo da Costa Herter, membro da Liga, destaca, para além da anatomia, a beleza do órgão em “comportar a metafísica do ser”, como define:
“A sua subjetividade, como sentimentos, personalidade, pensamentos”.
Maria Lúcia Hristonof, que também faz parte da Liga, cita a obra "Erro de Descartes", de António Damásio, para ilustrar o seu encantamento pelo cérebro:
"Ele pontua a importância das nossas emoções sobre nosso raciocínio e comportamento: se, por um lado, nossos sentimentos podem, em certas circunstâncias, nos tornar menos racionais, por outro, a ausência desses também comprometeria a elaboração de nosso raciocínio. Ou seja, a integração entre sentimentos e razão nos torna, como escreve o neurologista, 'distintamente humanos'".